O quinto dia da Universidade de Verão iniciou-se com uma temática que foi recentemente alvo de estudo por parte do PSD. Joaquim Azevedo, responsável pelo estudo, apresentou as suas principais conclusões acerca de como «promover a natalidade». Para o Professor, é preciso que haja, em primeiro lugar, um compromisso social e político para colocar a questão da natalidade na agenda. Num país em que o índice de fecundidade se encontra em níveis muito baixos e se prevê que, em 50 anos, perca dois milhões de pessoas, Joaquim Azevedo alertou que o Estado não deve financiar os nascimentos, mas sim promover a justiça fiscal e criar condições para que os casais tenham filhos – seja através da flexibilização do mercado laboral, da oferta de ensino ou de mecanismos que promovam a igualdade de géneros, para que ambos os pais possam desempenhar um papel activo no crescimento da criança.
À tarde foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa falar acerca de «Portugal e PSD: 40 anos em Democracia». O ex-líder do partido começou por apontar os obstáculos à sua criação, contou histórias por si vividas aquando da fundação do PPD e lembrou o porquê de o PSD ter sido responsável pelas maiores reformas estruturantes em Portugal, nomeadamente as Revisões Constitucionais feitas até hoje. Para o futuro, considera imprescindível uma reforma do sistema eleitoral, de forma a aproximar as pessoas da política. Quanto ao PSD, o Professor antevê um partido que se mantenha pluralista, com uma boa capacidade de antecipação e que venha a ter uma maior participação das mulheres. Por fim, aconselhou os alunos a regerem-se por uma “pauta de valores” – não apenas na vida pessoal, mas também na política – sendo humildes, fiéis, solidários e altruístas.
O dia terminou com um jantar-conferência com alguém que não se considera afecto à política, mas sim uma pessoa interessada que busca cultura e conhecimento autonomamente. Visionário no que à tecnologia e investigação diz respeito, António Murta veio partilhar uma visão pessoal acerca de como crê que será Portugal nos próximos vinte anos. Num discurso tocante e motivador, destacou aquelas que, para si, são as melhores qualidades dos portugueses e de Portugal: da simplicidade à simpatia, passando pela capacidade de “desenrasque”, Murta considera Portugal um país pequeno mas cheio de pessoas competentes e reconhecidas internacionalmente, apesar de passarem despercebidas cá dentro. Para o futuro, algumas das ideias que considera fulcrais são a reforma do sistema eleitoral, a defesa do Serviço Nacional de Saúde e a preservação da ciência e tecnologia e a sua transformação em economia.