Quais são as melhores formas de promover Portugal no mundo de forma a captar investimento para o nosso país?
Não através da fiscalidade. Não temos hipótese. Não conseguimos nem vamos conseguir. Mas podemos através da qualificação da mão-de-obra e o binómio preço-qualidade.
Quando o presidente da Siemens afirma que Portugal é um segredo de engenharia bem guardado, isso diz alguma coisa.
Temos também uma acentuada multiculturalidade: nem todos têm os nossos talentos para trabalhar com pessoas de todas as culturas e em todos os cantos do mundo.
A tecnologia cria postos de trabalho qualificados e destrói trabalho não qualificado. Está Portugal preparado para isso?
A velocidade de criação de emprego não acompanha a velocidade de destruição de emprego, sobretudo devido à evolução da tecnologia. Não apenas em Portugal mas em todo o mundo.
Nem Portugal nem a generalidade dos outros países estão preparados.
A única coisa que nos pode preparar é assegurar a possibilidade de educação contínua para todos.
Antes de mais permita felicitá-lo pela excelente intervenção na noite passada. Deixo-lhe agora uma pergunta que é sobre um assunto que me assusta como investigador da área das ciências da viva.
Como disse a Doutora Leonor Beleza, 5% do dinheiro da investigação na Europa é por concursos a projectos europeus sendo o restante financiado pelos próprios países, o que leva segundo Leonor Beleza a que apenas os melhores sejam financiados a nível Europeu.
Dentro do meio, e tendo acompanhado algumas atribuições desses projectos europeus, nota-se que existe sempre atribuição de dinheiro a grupos mediáticos, isto é, grupos com interesse geopolítico que não perfazem os critérios de atribuição. Podia enumerar casos desses mas apenas pergunto ao Senhor Engenheiro como poderemos nós competir quando interesses geopolíticos se sobrepõem aos interesses da Ciência?
Cada vez que há uma inovação tecnológica surpreendente ao nível global, no âmbito da energia são introduzidas profundas alterações e avanços que alteram por completo o panorama de gestão energética e tornam alguns conceitos obsoletos. No seu entender, no futuro qual será a maior mudança que terá lugar no País ao nível de formas eficientes de aproveitamento da energia?
Para jovens com espírito empreendedor e vontade de inovar quais as estratégias essenciais que devemos ter em conta para que sejamos bem sucedidos nos nossos projectos?
Como é que podemos convencer as pessoas, os jovens, a arriscar quando temos tão pouco essa cultura? Será que é melhor que o Estado nos dê garantias mínimas, ou não será melhor que se afaste e não seja um obstáculo a "ganharmos dinheiro"?
Tendo em conta a desindustrialização que se verifica em sectores que eram estratégicos na economia, vê a área do digital e das TIC como uma área para podermos produzir e fixar cérebros no nosso país?
Acha que os apoios dados por este governo a Pequenas e Médias Empresas são suficientes para que diminua a deslocação desta para outros países com menos impostos e mão de obra mais barata?
O Dr. António Murta é Membro do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e Inovação e é um empresário de mérito reconhecido. Na sua opinião, quais devem ser as valências que um jovem licenciado hoje em dia deve possuir? Quais as posturas que os jovens devem adquirir, de modo a serem bem sucedidos profissionalmente?
- 
- 
- 
-